INSTITUTO JOHN GRAZ

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Argentina e México têm exposição sobre arte modernista brasileira

Data: 29/11/2016 - Local: 

Exposição “Antropofagia e Modernidade: Arte brasileira na Coleção Fadel”, realizada em parceria entre o Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires (MALBA) e o Museu Nacional de Arte do México (MUNAL), apresenta grande número de artistas brasileiros, além de duas obras de John Graz, artista suíço radicado no Brasil.
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Baianas; John Graz; Óleo sobre tela; circa 1930.
Obra faz parte do Acervo da Coleção Fadel e integra a exposição.

 

A exposição intitulada “Antropofagia e Modernidade: Arte brasileira na Coleção Fadel” é uma parceria entre o Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires e o Museu Nacional de Arte do México (MUNAL) – onde a exibição aconteceu do dia 16 de junho a 28 de agosto de 2016. Para a ocasição, foi confeccionado um catálogo bilíngue (espanhol e inglês) de 165 páginas, que reproduz uma seleção das obras dos mais importantes artistas plásticos brasileiros, além de incluir textos da curadora Victoria Giraudo e de Paulo Herkenhoff, ex-diretor do Museu de Arte do Rio de Janeiro.

A exposição traz um panorama da arte brasileira por meio de uma seleção de mais de 150 obras pertencentes à Coleção Fadel, um dos acervos mais importantes e completos do Brasil. O objetivo da mostra é estabelecer um olhar dos diferentes movimentos modernos ligados à construção cultural do Brasil até o início da arte contemporânea. Inclui pintura, desenhos, esculturas e objetos de artistas centrais como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Lygia Clark, Geraldo de Barros, Antonio Dias, Hélio Oiticica, John Graz e muitos outros.

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Floresta Tropical; John Graz; Óleo sobre tela; Sem data.
Obra faz parte do Acervo da Coleção Fadel e integra a exposição.

 

A exposição busca mostrar o modo como os artistas brasileiros criaram uma identidade própria e uma autonomia cultural, dialogando com os projetos vanguardistas internacionais e tomando consciência de suas próprias raízes autóctones, suas variadas heranças culturais e mistura raciais. Se trata de um olhar internacional, a partir de um país vizinho, que compartilha com o Brasil heranças culturais, singularidades sociológicas, políticas e comerciais. No entanto, sendo às vezes completamente diferentes em sua geografia, sua história, seus povos e suas línguas.

Antropofagia e Modernidade se articulam de maneira cronológica. Começa com as primeiras manifestações do modernismo oriundo do Brasil até a década dos anos trinta; continua com a busca das raízes autóctones e imigratórias; passa pela modernização internacional e a abstração concreta dos anos cinquenta; percorre a ruptura do moderno com o neoconcretismo, as novas figurações e conceitualismos, entre outras experiências até o contemporâneo.

Entre os precursores do modernismo se encontram artistas como João Batista Castagneto e Eliseu Visconti, as primeiras obras abstratas de Belmiro de Almeida. A modernidade está representada por peças de Vicente do Rego Monteiro, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Cícero Dias, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, John Graz e Ismael Nery, acompanhadas por gravuras expressionistas de Oswaldo Goeldi, influências da art déco de Antônio Gomide e esculturas de espírito nativista de Victor Brecheret e Maria Martins.

 

Tarsila - O Lago
O Lago; Tarsila do Amaral; Óleo sobre tela; 1928.
Obra faz parte do Acervo da Coleção Fadel e integra a exposição.

 

A abstração geométrica, o concretismo e o neoconcretismo estão representados por artistas como Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Anatol Wladislaw, Lygia Pape, Hélio Oiticica e Lygia Clark. Da segunda geração das décadas de sessenta e setenta, serão apresentadas obras de Mira Schendel, Sérgio Camargo, Waltercio Caldas y Wanda Pimentel, entre outros artistas que refletem as grandes transformações sociopolíticas da época no país sulamericano.

A leitura curatorial proposta foi pensada especialmente para dialogar com a Coleção MALBA, em particular com as peças pertencentes a coleção fundacional do museu que, do mesmo modo que a Coleção Fadel, em seu início esteve focalizada no período modernista. A exposição no museu argentino terá duração de dois meses, de 25 de novembro até 26 de fevereiro de 2017.

A Coleção Fadel

Com mais de 3.000 obras, a Coleção Fadel é uma das mais completas coleções de arte brasileira do mundo. Se trata de um acervo privado que Sérgio e Hecilda Fadel iniciaram no fim da década de 1960, que vai desde o barroco colonial até nossos dias. Desde 2012 mantiveram estreito vínculo com o Museu de Arte do Rio (MAR), por meio de seu diretor fundador, Paulo Herkenhoff, que foi por mais de uma década curador da Coleção Fadel e responsável pela inauguração do museu com a exposição Vontade construtiva.

*Tradução livre do espanhol, com algumas informações adicionais.
Para acessar a versão original: http://www.malba.org.ar/evento/coleccion-fadel/

 

Invitación_Antropofagia y Modernidad. Colección Fadel

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